Experiência, a maneira mais efetiva de semear uma nova ideia e provocar a mudança de atitude. Em meio à escassez hídrica vivida pela cidade nos últimos meses, a educação ambiental é determinante como alternativa para a transformação do comportamento e investir nos pequenos garante a formação de uma cultura inovadora, pautada pelo consumo consciente.

Para um grupo de alunos da educação infantil na rede pública do Distrito Federal, o dia a dia marcado pelo o racionamento de água conferiu uma dimensão ainda mais impactante à palestra-aula do “Adasa na Escola”, realizada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) em junho de 2017. Sensibilizados pelo tema, vivenciando em suas casas a realidade da crise hídrica atual, os alunos sentiram-se motivados a continuar a reflexão sobre o tema dentro e fora da sala de aula. O exercício rendeu frutos.

Com um espetáculo teatral intitulado “Segue o Seco”, os alunos da Escola Parque 313/314 homenagearam na terça-feira (21) o trabalho de educação ambiental realizado pela Agência nas escolas da cidade, desde 2010, muito antes de se falar em crise hídrica no DF.

Como ponto central de inspiração, a escassez de água, os estudantes intercalaram expressões artísticas e interpretações de poesias. A proposta de aprofundar o debate surgiu após a visita da Adasa, compartilhando conhecimentos sobre o ciclo d’água, seu uso racional e como cada indivíduo pode ajudar a preservar esse bem tão precioso. A ação despertou a consciência das crianças para a necessidade de economizar água. E elas foram além.

Um dos alunos fez a proposta que teve como regentes (e cúmplices) as professoras de música e teatro, Kaise Helena e Leonice Pereira. “A partir do momento em que a Adasa esteve aqui e passou um vídeo que as crianças gostaram muito, o Matheus Ryan [aluno] me pediu que fizéssemos uma peça teatral baseada no que a Adasa mostrou para eles. Então nos sensibilizamos e foi aí que surgiu “Segue o Seco”, contou Leonice.

Para Kaise, é muito importante que as crianças tenham a oportunidade de desenvolver a autonomia, ter voz, poder expor suas ideias e poder tratar de temas com potencial para se transformar em projetos. “As crianças têm a plena capacidade de pensar o mundo em que vivem. E nós, professores, estamos aqui para propiciar que os projetos e ideias deles sejam realizados para o bem de todos”, finalizou a professora de música.

A apresentação contou com cenas como “O paraíso mundo perfeito”, “A ação do homem: desmatamento, poluição e seca” e poesias diversas como O Rio, de João Cabral de Melo Neto; Canções de Outono, de Cecília Meireles; e a cena final musical, “A Chuva – Redenção”.

O repertório contou com a canção “Segue o Seco”, de Carlinhos Brown, executado pelo coral da escola e regido pela professora Kaise.

O Programa “Adasa na Escola” tem formado inúmeros agentes multiplicadores de práticas sustentáveis em relação aos usos múltiplos da água e a questão sanitária, com o propósito de permitir a participação social na gestão ambiental, por meio da capacitação de professores e a sensibilização de crianças e adolescentes. O Projeto é coordenado pela Superintendência de Planejamento e Programas Especiais (SPE) da Agência e visita escolas públicas e particulares em todas as regiões administrativas de Brasília. Desde 2010, 150 mil alunos foram atendidos pelo PAE e qualquer unidade de ensino pode participar do programa.